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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Belo Monte: Tudo Pronto Para Iniciar o Maior Desastre Ambiental na Amazônia


O governo federal obrigou o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos) a conceder uma licença ambiental parcial para a instalação do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para só mais tarde exigir o cumprimento das condicionantes previstas do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto ao Meio Ambiente). Segundo José Ailton de Lima, diretor de engenharia da CHESF Centrais Elétricas do São Francisco que conduzirá as obras, já está tudo pronto para começar em julho, isto graças a essa licença parcial que dispensou o cumprimento das condicionantes.

Há menos de um mês o governo se mostrou “surpreso e assombrado” com o avanço do desmatamento na Amazônia, anunciou com pompas e circunstâncias a criação de uma Força Tarefa com a participação de vários Ministérios do Governo Dilma para combater essa ação criminosa. Entretanto é preciso que se diga, que a sociedade brasileira, principalmente as organizações indígenas e ambientalistas vêm, há tempos, alertando o governo sobre esse desastre. Por outro lado, carece de seriedade a posição do governo quando ele mesmo é um dos maiores devastadores da Amazônia Brasileira. Só o lago que se formará com a barragem na Volta Grande do Rio Ximgu, no Estado do Pará, 516 Km², para a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é maior que toda a área desmatada, no último ano pelos fazendeiros da região, tome-se em conta que existem vários empreendimentos idênticos a Belo Monte, somente no Rio Teles Pires no Mato Grosso estão projetadas e em andamento a construção de seis dessas barragens.

O desastre que está em marcha atingirá não apenas a região da cidade de Altamira, onde será construída a barragem. O impacto ambiental dessa obra tem potencial pra desequilibrar o clima do próprio planeta, pois a quantidade de gás metano que será jogada na atmosfera com o apodrecimento dos materiais orgânicos, floresta e animais que serão cobertos pelas águas, é até a presente data incalculável.

O EIA – Estudo de Impactos Ambientais feito pelo próprio governo dá conta de que ali já foram encontrados e catalogados: 174 espécies de peixes, 387 de répteis, 440 de aves e 259 de mamíferos, sem se falar dos insetos, fungos e todas as espécies de vegetais.
Cobrir com água a floresta é mais grave que simplesmente queimá-la, a decomposição de corpos orgânicos submersos tira o oxigênio da água e emite gás metano (CH4), para a atmosfera e provoca o aquecimento global, e é extraordinariamente mais prejudicial que o dióxido de carbono (CO²), que é o gás emitido na queima de materiais orgânicos e combustíveis fósseis.

Mais uma vez o governo do Brasil age de modo autoritário e ditatorial, não respeitando as Igrejas, as organizações sociais, a comunidade científica e os militantes ambientalistas em geral, que clamam pela racionalidade e o respeito às leis e à ética.

O SERPAJ-Brasil vem lutando contra mais essa agressão e deixa muito clara a sua posição e disposição de luta, ao mesmo tempo em que convidamos você a se engajar, você pode fazer parte dessa luta e participar de muitas maneiras, pode começar assinando a petição da avaaz clicando nesse endereço aí em baixo

http://www.avaaz.org/po/stand_with_chief_raoni/?cl=1110257460&v=9341

ou telefonando para a presidente Dilma para manifestar seu desacordo.

Por: Rosalvo Salgueiro

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