O Trabalho de equipe coordenado pelos companheiros ambientalistas Tereza Urban e José Renato da Silva foi publicado em março último, num livro pelo SERPAJ-Brasil e a ABAI, com o título: “Dez Famílias e Muitas Nascentes” , em sua introdução, Tereza Urban assim escreveu:
“Todo agricultor sabe bem que terra não é redonda e lisa como se vê do espaço, uma grande bola azul suspensa no ar.
Sabe – de tanto andar, arar, carpir, roçar, plantar, colher – que o chão onde pisa tem altos e baixos. Como a vida de todo mundo.
Sabe das pranchas, dos terrenos dobrados, dos banhados, dos grotões, das vertentes, nascentes, minas e olhos d’água, das canhadas e dos rios.
Sabe que a água que brota numa nascente – às vezes um fiozinho de nada – se junta a outro fiozinho e que dos altos para os baixos, tudo verte para formar um rio, depois outro .
Assim é a organização da Terra: cada uma das regiões de onde a água brota, desce, ganha volume e forma um rio, lembra uma bacia, com as bordas altas e o fundo mais baixo. Por isso, chamamos de bacia hidrográfica.
Os limites de uma bacia hidrográfica não são iguais aos limites de um distrito, de um município, de uma cidade ou um país. Uma pequena bacia – chamada microbacia- pode estar dentro de um distrito, e uma bacia grande pode ser maior do que um município. Se o rio for muito grande, a bacia pode pegar vários estados ou até vários países. É assim porque acompanham as formas da natureza e não os limites traçados pelas sociedades humanas ao longo do tempo. O importante disso tudo é que, quando começamos a entender as formas da natureza, aprendemos uma lição muito importante: tudo o que acontece nos altos, vai rebater nos baixos.
No começo, é difícil pensar que fazemos parte de uma bacia hidrográfica. Mais fácil é dizer que estamos num bairro, num distrito, numa cidade, num estado ou num país. Mas com o tempo, percebemos que cada bacia tem seu jeito. E que sabemos muito sobre ela. É só começar a pensar. Foi assim, conversando sobre o que já se conhece e, sobre seus altos e baixos, sobre suas nascentes, sobre a história de cada um, que a comunidade da bacia hodrográfica do Curral das Éguas, em Mandirituba, aprendeu a conhecer de um jeito diferente o lugar onde trabalham e vivem.
Este livro conta a história de dez famílias e muitas nascentes. Essas histórias ajudam a lembrar do passado para tirar lições para o futuro. Ajudam a conhecer e aprender. Emsinam a proteger as lembranças e a natureza porque, afinal, quem vai cuidar do que não conhece?
O Curral das Éguas é um pequeno rio, formado por muitas nascentes e riachinhos, que corre do norte para o sul no município de Mandirituba a vai encontrar o rio dos Patos, que encontra o rio Maurício, que encontra o rio Iguaçú, que encontra o rio Paraná, que encontra o rio Paraguai, que encontra o rio Urugai e juntos formam o rio de la Plata. A bacia platina como, como é chamada, está entre as cinco maiores bacias hidrográficas do planeta..."
Tereza Uban
Blog muito interessante traz informações que muitas as vezes a mídia pouco informa gostei muito das informações do trabalho de preservação e revitalização das nascentes, e ao meu ver este projeto tem quer estar presente em todo o território brasileiro! parabéns pelas ações realizadas em prol do bem mais precioso do mundo!
ResponderExcluir