Rosalvo Salgueiro, coordenador nacional do Serviço Paz e Justiça SERPAJ-Brasil, cobra do governo iraniano, respeito aos Direitos Humanos, e do governo brasileiro coerência diplomática e gestões mais firmes para salvar a vida da viuva Sakineh, mulher condena à morte por apedrejamento.
O governo revolucionário do Irã, que inicialmente apoiei e defendi, hoje se encontra completamente afastado dos ensinamentos do Profeta Mohamad, que a paz de Alah esteja com ele.
Em um espetáculo de horror, condenou a jovem senhora Sakineh Mohammadi Ashtiani à morte por apedrejamento, pelo fato de, depois de viúva, haver mantido relações sexuais, com dois homens em diferentes ocasiões, considerados ilegais pelas autoridades.
O presidente Lula ofereceu asilo político à condenada, caso o governo iraniano concorde. Mesmo considerando que Lula age pensando mais nas eleições brasileiras do que no aspecto humanitário da questão, quero apoiar integralmente a oferta que o presidente Lula fez.
O governo brasileiro, por sua diplomacia deve pressionar o governo iraniano e cobrar-lhe respeito aos Direitos Humanos, sei que isso seria pedir muito a Lula que tem dado sobejas demonstrações de conivência e de não se preocupar tanto com as práticas dos seus amigos ditadores nesse quesito. Sim, quesito!
Para o governo brasileiro, Direitos Humanos tem sido apenas um quesito em suas relações internacionais. Infelizmente!
Como se vê, a oferta do governo tem foco mais nas questões eleitorais do Brasil, do que em relação à defesa dos Direitos Humanos, Lula está sendo cobrado por apoiar incondicionalmente as mais brutais e ferozes ditaduras do planeta na atualidade.
Em pleno século vinte e um, não podemos admitir absurdos e barbaridades como esta, e continuar a nos relacionar amistosa e entusiasticamente com esses ditadores assassinos e sanguinários, como se tais práticas fossem questões internas e que não nos dizem respeito.
É de se perguntar qual o tratamento dado, pelo governo machista e tirano de Armahdinejad aos homens com que dona Sakineh se relacionou.
Foram pelo menos processados? Esta pergunta não significa reclamar igual punição aos homens, mas igual tolerância para a mulher.
Os movimentos de emancipação e de igualdade feminina, por todo o mundo tem se manifestado timidamente, principalmente no Brasil. É de se esperar que façam mais!
A nenhum governo é dado evocar aspectos e particularidades culturais para violar os Direitos Humanos, pois estes são direitos universais e não deste ou daquele povo, devendo ser igualmente observados e respeitados em todos os lugares.
Qualquer ato de violação aos Direitos Humanos, por mais insignificante que pareça, ainda que praticado nos mais distantes rincões da terra, ameaça a humanidade inteira em todo o planeta.
Por: Rosalvo Salgueiro
Coordenador Nacional do SERPAJ-Brasil
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