Congratulamo-nos com a
nomeação do primeiro Papa latino-americano na história da Igreja Católica e sua
esperançosa escolha do nome de Francisco
realizar o seu período papal.
Esperamos que possa
trabalhar pela justiça e paz além das pressões e interesses das potências
mundiais. Esperamos abandonar a desconfiança do Vaticano no protagonismo
dos povos sua própria libertação. E também que venha incentivar as
transformações sociais que está acontecendo se na América Latina e em outras
partes do mundo, com a ajuda de governos populares que tentam superar a noite
do neoliberalismo.
Esperamos tenha
coragem de defender os direitos dos povos contra os poderosos, sem repetir os
erros graves, e os pecados, já cometidos pela Igreja. Durante a última ditadura
na Argentina, os membros da Igreja Católica não tiveram atitudes homogêneas. É
indiscutível que houve cumplicidade de boa parte da hierarquia da Igreja no
genocídio perpetrado contra o povo argentina. Apesar de muitos com
"excessivos cuidado" envidaram esforços silenciosos para libertar os perseguidos. Foram poucos os
pastores que tiveram coragem e tomaram a decisão de assumir a nossa luta em
defesa dos direitos humanos contra a ditadura militar. Não considero que Jorge
Bergoglio tenha sido cúmplice da ditadura, mas acho que, a ele faltou coragem para
acompanhar a nossa luta pelos direitos humanos nos momentos mais difíceis.
Estou viajando para a
Itália para celebrar mais um aniversário do martírio de Dom Oscar Arnulfo
Romero, um pastor conservador que confrontado com repressão em El Salvador teve
o seu “caminho de Damasco” tomou posição ao lado do povo e deu a sua vida pela
Justiça e a Paz. Espero também que a escolha do nome de Francisco, um
dos santos mais importantes e significativos da Igreja, se expresse com
testemunhos a opção de defesa dos pobres contra os poderosos e a defesa do meio
ambiente.
Francisco não herdou
um trono imperial, mas a humilde cadeira de um pescador. Por isso, esperemos
que não se esqueça das palavras do bispo mártir argentino, Dom Enrique
Angelelli Bispo, quando dizia que "devemos ter um ouvido no Evangelho e outro
voltado ao povo, para saber o que é que Deus está falando."
Paz e Bem
Adolfo Perez Esquivel
Prêmio Nobel da Paz
Fonte: Prensa PÉREZ ESQUIVEL
Fonte: Prensa PÉREZ ESQUIVEL
Tradução (versão livre)
Por: Rosalvo Salgueiro
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