Na virada do ano, o governo do Irã intensificou a repressão à sua oposição política no país. No bojo dos acontecimentos que marcaram a contestada reeleição do presidente Marmud Ahmadinejad, o povo se levantou exigindo a recontagem dos votos e a transparência na proclamação do resultado. Aproveitando-se da situação, a CIA e outros opositores da Revolução Islâmica tem agido interna e externamente, inclusive incitando o povo ao uso da violência, que no entanto, tem se mantido fiel às formas ordeiras e pacíficas de protestar..
Mesmo não sendo tarefa fácil, cabe às organizações internacionais de solidariedade reclamar o respeito à democracia e o império dos Direitos Huumanos sem se deixar manipular por essas odiosas articulações.
No dia 28 de dezembro, agentes de segurança do governo prenderam a senhora Noshin Ebadi, irmã da advogada defensora dos Direitos Humanos e Prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi que se encontra fora do país impedida pelas autoridades de regressar.
Adolfo Perez Esquivel, também Prêmio Nobel da Paz, dirigiu uma apelo à comunidade internacional e ao governo do Irã, nos seguintes termos:
“Apelo à comunidade internacional, organizações sociais, de direitos humanos e aos governos e Igrejas, para que reclamem urgentemente a liberdade da irmã de Shirin Ebadi e de todos os que foram detidos pelo regime iraniano, por razões políticas e de opinião. Apelo ao governo do Irã o imediato fim da repressão e das torturas contra o povo iraniano.
A repressão e a crueldade que esse povo tem sofrido são uma afronta à democracia e representa gravíssima violação dos Direitos Humanos.
Peço a todos que enviem cartas à OEA, ONU, Embaixadas do Irã e ao Presidente Mahmud Ahmadinejad, exigindo a imediata libertação dos prisioneiros e o reetabelecimento do Estado de Direito.
Manifesto meu apoio solidário à minha colega Shirin Ebadi por tudo o que vem sofrendo.
Temos que resistir na Esperança.
Buenos Ayres, 30 de dezembro de 2009
Adolfo Pérez Esquivel
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