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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Belo Monte é Pouco, Lula agora inicia a construção de uma Usina Nuclear!


Em demonstração de absoluto desprezo pelas questões de defesa de um meio ambiente saudável e equilibrado, também pela participação popular assim como pela opinião das organizações ambientalistas, a Comissão Nacional de Energia Nuclear concedeu no dia 31 de maio a licença para a construção dos prédios, inclusive o que abrigará o reator da usina Angra 3, no paradisíaco município de Angra dos Reis, no litoral Sul do estado do Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia concedido a licença ambiental desde o ano passado, 2009.

Somente com os estudos que instruíram a licença, foram gastos R$ 20 milhões, que no dizer do governo foi uma bagatela. Segundo o presidente da CNEN, Odair Dias Gonçalves o custo normal para essa licença seria de R$ 100 milhões, a economia foi possível porque o governo usou exatamente o mesmo projeto da usina Angara 2, já em operação,construída na época da ditadura militar, fato que representou uma economia de R$ 80 milhões. Por conta dessa semelhança, grande parte do projeto de engenharia a ser utilizado na nova usina está pronto. Uma parcela considerável dos equipamentos importados já foi adquirida, principalmente os de grande porte.

Segundo a Eletronuclear as obras começam já no dia seguinte, 1º de junho.
As obras de conclusão de Angra 3 foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e terá um custo estimado de R$ 9 bilhoes e a previsão é de que Angra 3 esteja concluída em dezembro de 2015. Quando estiver em operação, esta usina terá uma capacidade de geração de 1,405MW.

A cada dia que passa os brasileiros vão descobrindo novas facetas do presidente Lula e seu governo. Lula e o PT assumiram o governo do país, em janeiro de 2003, sob o signo das mudanças:
Prometiam moralidade e honradez na administração da coisa pública. Revelou-se pouco depois no mais corrupto governo da história do Brasil chafurdando no lamaçal do “mensalão”!
Prometiam transparência e participação cidadã nas decisões importantes da administração. O que se viu e se tem visto é brutal repressão e manipulação a exemplo do que tem ocorrido no processo de aprovação e viabilidade da Usina Hidroelétrica de Belo Monte!
Prometiam defesa do meio ambiente e ecologia.O que se viu foi a liberação dos transgênicos e a retomada a construção de hidrelétricas na bacia do Rio Amazonas e agora retoma a construção da usina nuclear Angra 3!
O que mais falta?

Por Rosalvo Salgueiro

sábado, 8 de maio de 2010

Dom Cappio: " Objetivo da transposição do Rio São Francisco é corrupto, e já foi alcançado! "


Em sua primeira visita à Suíça,na última quinta feira, 6 de maio de 2010, o bispo Luís Flávio Cappio, de Barra, na Bahia, diz que a transposição do Rio São Francisco serviu para angariar fundos para as eleições de 2010 e que a conclusão do projeto não é importante para o governo.
Ele critica os projetos de irrigação que beneficiam a agroindústria e diz que a alternativa seria a agricultura familiar e a democratização da água acumulada em cerca de 70 mil açudes do Nordeste setentrional.

Dom Luís Flávio Cappio participa das comemorações dos cinco anos da declaração ecumênica em defesa da água como direito humano e bem público, assinada em 2005 pelas conferências nacionais dos bispos do Brasil e da Suíça e pela Federação das Igrejas Protestantes Suíças.

Para ler a íntegra da matéria clik no endereço abaixo:

terça-feira, 4 de maio de 2010

Votação da Lei da Ficha Limpa pode ser esta semana.

A lei de iniciativa popular, que está na Câmara dos Deputados, e que tem no bispo católico Dom Tomás Balduino um dos principais defensores e promoteres, pode ser votada ainda esta semana, porém enfrenta forte oposição de muitos políticos que seriam impedidos de participar das eleições já nas eleições deste ano.

A pressão popular tem produzido resultados e muitos deputados e mesmo partidos inteiros tem se mostrado favorável a sua aprovação a tempo de valer já para 2010.
O pequenino porém combativo PSOL tem infernizado a vida do governo Lula também com esse tema.

Lideranças do PSDB na Câmara cobraram a votação do projeto Ficha Limpa nesta semana no plenário da Câmara. De acordo com o líder tucano, deputado João Almeida (BA), apesar de o governo fazer todo esforço para adiar a votação, o PSDB sustenta há meses que a proposta que veta a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça deva entrar em vigor já nas eleições de outubro deste ano. Almeida espera que a proposta seja votada também no Senado já na próxima semana.

"Há partidos que não estão interessados na votação e estão adiando o assunto, ganhando tempo para ver se o tempo se esgota para as regras valerem para a eleição de 2010. Temos feito todo esforço e continuamos determinados para garantir a votação na Câmara nesta semana, de modo que o Senado possa apreciar a matéria na próxima semana", explicou nesta segunda-feira (3). Hoje o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que não há condições de aplicação do Ficha Limpa já neste pleito.
Por: Rosalvo Salgueiro

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Conferência Mundial dos Povos sobre as mudanças climáticas e direitos de la Madre Tierra na Bolívia


Recebemos de Marianne Spiller o artigo abaixo, escrito com Ivete Caribé da Rocha, e o publicamos na íntegra. Marianne Spiller e Ivete Caribé da Rocha participam do Serviço de Paz e Justiça da América Latina – SERPAJ Brasil, e participaram da importante Conferência de Cochabamba.

Eis o artigo.

A Conferência Mundial dos Povos sobre as mudanças climáticas e pelos direitos da “Madre Tierra”, que aconteceu em Cochabamba, na Bolívia, entre os dias 19 à 22 de abril do corrente ano, representou um impressionante despertar de consciências sobre a gravidade da destruição da natureza, quem são os causadores e as vítimas dessa destruição. Representou também, a descoberta de uma cultura originária que não conhecíamos. Encontrar os povos indígenas latino-americanos, sobreviventes da pós-colonização, hoje ocupando espaços decisivos em muitos países de nosso Continente, seja ocupando cargos públicos, como no governo da Bolívia, seja representando importantes movimentos sociais, foi também uma mudança de visão, muito diferente dessa que a mídia em geral, tem tentado nos impor. Foi emocionante, ver o grau de conhecimentos acerca da natureza e o respeito desses povos a tudo que a “Madre Tierra” nos proporciona, sua visão holística do Cosmos, com o entendimento de que a terra não nos pertence, mas nós pertencemos à ela.
A chegada ao Aeroporto de Santa Cruz de La Sierra, primeira conexão de nosso vôo em terras Bolivianas, ainda nos mostra resquícios de um tempo de dominação dos colonizadores e da indústria consumista, com seus imensos painéis de produtos e modelos européias, exibindo a última moda do mundo.
As conferências realizaram-se na Cidade de Tiquipaya, que é próxima a Cochabamba, na sede da Unavalle, uma bela universidade construída ao pé das Cordilheiras, que cercam a Província de Cochabamba.
O Presidente Evo Morales Ayma, abriu a Conferência, com a presença de autoridades de vários Países de cinco Continentes e Movimentos Sociais de 142 Países, num imenso colorido de bandeiras e vestimentas dos povos originários da América Latina, de músicas e danças típicas e de uma cerimônia religiosa indígena, mostrando a origem aymara do Presidente.
O processo histórico de mudanças na Bolívia e a sua liberação dos processos colonizadores, foi até a chegada do Presidente Evo Morales, muito tênue. Os povos originários da Bolívia, como de resto, os da América Latina, foram, ao longo dos processos de colonização, massacrados e humilhados, tornando-se tristes e cabisbaixos, impedidos até mesmo de passar por logradouros públicos nas Cidades, como nos contaram em Cochabamba. Povos que nunca tiveram qualquer participação na vida política de seus países, sendo, ao longo da história, submetidos a toda espécie de humilhações, violências e saques indiscriminados de seus recursos naturais, sobrando-lhes apenas miséria, doenças e muita tristeza.
Mas, eis que um mundo novo de esperança de bem viver e de reparações dessas injustiças, descortinou-se com a chegada do governo participativo de Evo Morales Ayma, primeiro indígena a governar a Bolívia. A começar pela nova denominação de “Estado Plurinacional da Bolívia”, cujo significado é a efetiva participação pluríme dos povos originários nas decisões governamentais, ao lado dos demais bolivianos.
Seu lema do “Viver bem”, é viver em igualdade, solidariedade, complementaridade, harmonia e respeito à dignidade de cada povo. É reconhecer que não somos os donos da terra, mas que pertencemos a ela, com a obrigação de defender os direitos dessa “Madre Tierra”.
Essa forma de viver, mostrou-se bem presente entre os povos originários, cuja participação em todas as discussões e palestras da Conferência foi muito significativa, fruto da eliminação do analfabetismo na Bolívia, ao final do primeiro mandato de Evo Morales. Pudemos ver o grande interesse demonstrado pelos povos originários nessa Conferência, com propostas efetivas e pertinentes intervenções, além do seu alto grau de conscientização política e conhecimento da atualidade internacional.
As discussões dessa importante Conferência, foram bastante objetivas e mostraram os enormes danos ambientais causados pelos exploradores dos recursos naturais do Planeta, que, à título de impulsionar o desenvolvimento, apenas visam o lucro desmesurado para alimentar o grande capital, provocando o desequilíbrio da natureza e por conseqüência, as graves catástrofes que temos presenciado nos últimos tempos, sendo vítimas desses desastres, quase sempre, as camadas mais pobres das populações.
Palestras de renomados ambientalistas, como Leonardo Boff, Frei Beto, Naomi Klein e Miguel D’Escoto, nos ensinaram que não há como persistir o modelo capitalista vigente, com sua política egoísta de acumulação de riquezas, avançando e destruindo a natureza, nossas águas, mares, ar e terra. Essa terra, chamada pelos indígenas de “Pachamama”, ou Mãe Terra. Leonardo Boff, comparou a Terra a uma mãe que supre as necessidades de seus filhos. Então, como maltratamos e desrespeitamos a essa mãe tão generosa? Por isso, foram estabelecidos nessa Conferência, os Direitos da Mãe Terra e reiterado que o dia 22 de abril, será o seu dia internacional.
Concluiu-se também, através de uma das Mesas de Discussões, a criação de um Tribunal Internacional de Justiça Climática e Meio Ambiente, ideia já defendida por Adolfo Pérez Esquivel – Prêmio Nobel da Paz de 1980, no Fórum Mundial de Meio Ambiente, em Veneza em 2009, sob o fundamento de que os crimes ambientais sejam tratados como de “lesa humanidade”. A Campanha pela criação da Corte Penal de Meio Ambiente, foi lançada em novembro de 2009, no Memorial da América Latina, em São Paulo, sendo impulsionada pelo Serviço de Paz e Justiça da América Latina – SERPAJ. É de suma importância a conclusão pela criação do Tribunal Internacional de Justiça Climática, representando um grande passo, para que a final venham a ser punidos criminalmente e responsabilizados civilmente, os causadores das agressões ambientais, através de um órgão especializado.
Foi emocionante ver a gratidão e o amor do povo pelo Presidente Evo Morales Ayma. Saber de sua conduta ética, moral e humanitária, que seu alvo principal é o bem estar de seu povo, mesmo que para isso, passe noites trabalhando e dialogando para compor as divergências, sem perder de vistas, a sua atuação em prol de toda a humanidade, exemplo a ser seguido por outros governantes.
Como disse Eduardo Galeano: “é preciso recontar a história dos povos latino- americanos, para que uma nova história seja escrita”. Evo Morales escreve uma nova história na Bolívia, com a força dos movimentos sociais e dos povos originários, verdadeiros cuidadores da terra e das riquezas naturais de seu país.

Colhido do Instituto Humanitas UNISINOS
3/5/2010